Neste momento em que o mundo vive tantas mudanças e incertezas, no cenário corporativo as empresas buscam se ajustar para continuar em funcionamento dentro do novo “normal”. A adaptação demanda esforços de todos os níveis. E o RH se torna peça fundamental nesse processo de transição. Nunca foi tão importante e necessário cuidar das pessoas que constituem a empresa.
Com o home office forçado, as tarefas de monitorar, recrutar, perceber como está o clima, acompanhar a produtividade e demitir tomaram outra proporção e perspectiva. Ainda é preciso atender e dar suporte à liderança e, também, fazer a gestão de fornecedores.
A proposta é trazer uma reflexão focada nesse “humano” responsável pela área do RH que é instado a promover cuidado sem perder de vista as entregas e resultados.
A palavra de ordem tem sido Resiliência. E normalmente tem sido atribuída a um comportamento de resistência, um submeter-se rigidamente para enfrentar uma situação turbulenta, suportar cargas excessivas e ultrapassar limites físicos e mentais. Então o primeiro ponto é entendermos o que é de verdade: Resiliência é a capacidade de utilizar as áreas vitais da sobrevivência, buscando agir de forma estratégica a fim de superar e prosseguir diante de situações de estresse e adversidades e, também, resgatar um estado saudável. É ter sabedoria para se adaptar às mudanças, buscando transformar os impactos negativos em lições de aprendizado e amadurecimento – SOBRARE.
Vamos falar um pouco sobre algumas dessas áreas vitais para que você possa refletir e avaliar como podem ser aplicadas no seu dia-a-dia.
O Autocontrole refere-se à capacidade de administrar emoções. Ter equilíbrio emocional em qualquer situação. No Autocontrole, o princípio fundamental é a leitura dos pensamentos automáticos. Está relacionado ao significado que a pessoa atribui ao que está vivendo baseado no que construiu, foi ensinada e viveu ao longo da vida. E isso a leva a reagir da mesma forma sempre. Ao passar pelo crivo da consciência saímos do pensamento automático. Ao ficarmos atentos aos pensamentos e sentimentos, nossas atitudes serão plenamente conscientes e mais eficientes.
Estar responsável por acompanhar os processos, comunicar as notícias (nem sempre boas), manter a motivação e falar com esperança exigem que o profissional esteja bem para poder se comunicar com clareza e refletir credibilidade. A Autoconfiança é a convicção de que você possui recursos para resolver problemas e desafios por meio das suas habilidades, capacitações e talentos. Também de que você é capaz de agir e obter resultados. Pare, respire e faça um resgate de quais são esses recursos. Sim, eles estão aí!
Uma área essencial a ser trabalhada é a Empatia. Essa área da Resiliência trabalha a habilidade de se comunicar com significado para outra pessoa. É a capacidade de perceber o que o outro está pensando e estabelecer um canal de comunicação espontâneo e de qualidade. Ela promove a flexibilidade para estabelecer comunicação com reciprocidade, estando de fato “presente” e ouvindo ativamente. A resiliência também vai facilitar reconhecer esforços, erros e aceitar resultados. E não se esqueça de olhar para si mesmo. Olhe-se com atenção e carinho. A empatia pelo outro passa primeiro por você.
A outra área importante que tem reflexo direto no nosso dia-a-dia é Análise de Contexto. Ela nos remete a avaliarmos a nossa capacidade de identificar e perceber precisamente o que está acontecendo no ambiente ou numa situação: as causas, as relações e as implicações dos desafios, problemas e conflitos presentes. É conseguir reconhecer que pistas se apresentam e o que de fato está ocorrendo, antes de nos posicionar ou nos expor. Nossa tendência é nos deixarmos levar por aquilo que se apresenta sem questionar, reagindo automaticamente. Quando conseguimos identificar de fato o que é real, conseguimos avaliar os riscos e a dimensionar o esforço necessário para resolução, evitando o gasto desnecessário de energia.
Por fim e para encerrar, vamos falar da área Sentido da vida, que se relaciona com as razões do projeto de vida pessoal, refere-se ao modo de acreditar em um sentido maior para a vida. Vida que segue, mesmo na aridez dos dias atuais é possível olhar em perspectiva e encontrar um rico sentido para engajamento na luta diária pela sobrevivência e, ainda, conseguir praticar a contemplação e sonhar acreditando nos recursos transcendentes que temos diante dos nossos limites. É tempo de ter atenção no aqui e agora, mas é preciso atribuir significado às experiências e construções de hoje com perspectiva de futuro, com a convicção de que tudo vale a pena.